Nova mostra do Acervo IAED: um pouco sobre Lily Simon
“A obra de Lily Simon concede várias leituras ao observador atento. Há em todas as suas nuances, contudo, um fator filosófico que se mantém; A estética da precariedade, uma forma de pensar a material abandonado pelos meios sociais, reciclando-a, fazendo do insignificante um novo signo, obtendo novos significados.”
Alberto Beuttemuller
“No inicio de sua carreira de desenhista Lily Simon, desprezando o mundo real, submerge em outro mais abstrato que povoaria, mais tarde, de seres e monstros criados por sua fascinante imaginação. Querem alguns seja ela incluída entre os artistas seguidores da arte magico-fantástica, enquanto outros do surrealismo. Parece-nos, no entanto, apesar de possuir alguns atributos que caracterizam ambas essas correntes, ser uma desenhista tão pessoal que não deve ser rotulada. Símbolos e seres condizentes com seu mundo de ficção, diferenciam-se dos quase que academizados, usuais naquelas correntes. Com absoluto domínio da técnica do desenho e do nanquim, realiza seus excelentes trabalhos sem prévios esboços o que lhe aumenta extraordinariamente a espontaneidade. Vimo-la trabalhar e somos testemunhas de como, ao correr da pena, vão surgindo sobre o papel os mais fantásticos seres somente concebíveis pela mente criadora de um artista. Para valorizá-los, as linhas ou se adelgaçam ou se tornam mais espessas, sem a menor excitação da artista. Havendo acompanhado de perto a rápida evolução sofrida por Lily Simon nos últimos tempos, sentimo-nos felizes por termos a oportunidade de apresentá-la na presente mostra.”
Ernestina Karman