Kuarup
Kuarup é a maior festa do Alto Xingu. Unindo vida e morte, o Kuarup é, ao mesmo tempo, uma reconstrução da lenda da criação do homem e um rito religioso destinado a afastar as almas errantes dos mortos e devolver a paz aos vivos.
A palavra kuarup vem de uma madeira que deve ser cortada na floresta. São três troncos, o tronco central representa o morto ilustre, os outros dois sua família que chora a morte. Apesar de fúnebre, é uma celebração alegre, com fartura de peixes, muitas danças e enfeites coloridos. Os preparativos começam em fevereiro e a festa acontece em agosto, na aldeia onde se deu a morte ilustre e convidadas as aldeias vizinhas. São dois de festa, no primeiro, a fogueira, os cantos, a flauta, e chora-se pelo morto. Na manhã seguinte cessa-se o choro, começa a luta huka-huka, é oferecido o peixe e biju e dá-se o moitará, troca de objetos característicos de cada etnia. No final da festa os troncos são jogados no rio, libertando tanto o morto quanto sua família.
Peças que compõem o conjunto de obras do Kuarup:
HEXUÃKAI
cocar de penas de rei-congo (amarela), mutum (preta) e rabo de arara (vermelha ou azul)
TUCANAPI
cinta de penas da frente, rei-congo (amarela), mutum (preta) e arara vermelha
WALAKAPÚ
penas de trás, gavião malhada e arara azul
ATAWAKO
colar de lascas de caramujo
peça 148 – origem Tukuiari Mehinako, 2010
KUARUP
representação dos três troncos de madeira kuarup (na festa original os troncos tem que ser maiores)
peça 150 – origem Yutá Mehinako, 2008
HEXUÃKAÎ
cocar em aruak
peça 136, cocar completo da direita – Origem Yatapi Mehinako, 2009
ACODJIDJÁ (da esquerda para a direita)
peça 44, 41, cocar com o suporte traçado – origem irmãos Villas Bôas, (entre 40 a 60) povo Kamayurá,
penas de trás do cocar 44 e 41, origem Kawakanamu Mehinako, 2009