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dez
8

Expedição Roncador – Xingu

mapa

Em um momento no qual o Brasil deixava de ser uma nação litorânea, com a transferência do local de sua capital do Rio de Janeiro para São Paulo, ocorria uma explosão demográfica e uma exigência de interiorização do país. O governo brasileiro então, liderou o movimento conhecido como Marcha para o Oeste. Nessa época, a Amazônia era um mundo esquecido, assim como a região do Brasil Central.

Para tal empreitada, foram criados dois organismos pelo governo: a Expedição Roncador-Xingu (ERX) e a Fundação Brasil Central (FBC). O primeiro tinha como atribuição específica entrar em contato com as regiões desconhecidas das cartas geográficas brasileiras, e o segundo, a de implantar núcleos populacionais nos pontos ideais marcados pela Expedição.

Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas conseguiram incorporar-se à Expedição oficial de penetração no centro do Brasil fazendo-se passar por caboclos goianos. Viveram mais de trinta anos nas matas que vão do Xingu ao Tapajós, convivendo com povos indígenas, os quais souberam amar e respeitar com muita coragem e dignidade. Lideraram os movimentos de pacificação das tribos, garantindo-lhes uma sobrevivência.

O Parque Nacional do Xingu nasceu depois de uma campanha de quase dez anos. Uma comissão ilustre foi liderada pelo vice-presidente da República Marechal Rondon, Heloísa Alberto Torres, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, José Maria da Gama Malcher e dois irmãos Villas Bôas.

O Estado do Mato Grosso se sentia ameaçado por uma futura transformação de seu território em reserva indígena. A Constituição já concedia aos índios a posse e usufruto das terras por eles ocupadas. O Parque foi então, instituído na gestão do presidente Jânio Quadros durante seus primeiros atos na presidência da República. Pesquisadores renomados nacionais e estrangeiros consideram a área xinguana do Parque como uma das mais belas da América.

Informações retiradas do livro: “A Marcha Para Oeste” – Orlando Villas Bôas e Cláudio Villas Bôas” – A epopeia da Expedição Roncador – Xingu”

dez
8

Cerâmica Indígena

ceramica

As peças de barro não são de fabricação comum de todas as aldeias. São poucas aquelas que sabem colher e tratar o barro até que fique em condições de modelagem. Os índios da família Aruak são os grandes especialistas. As peças variam de forma e tamanho, pequenas e médias com representação zoomorfa, e as grandes com a linha tradicional que são de grande utilidade. Depois de modelada e cozida em um buraco previamente aquecido, a panela é debruçada e o seu fundo externo todo embranquecido de tabatinga, com desmedido capricho, é decorado em vermelho e preto (urucum e genipapo), com desenhos simétricos e traços firmes  à mão livre. Feito isso, a peça, geralmente pesada, com auxílio de outros é colocada sobre três pedras, que é o seu fogão, e em seguida acendem o fogo. Instantes depois o fundo pintado se torna enegrecido, e lá se vai a pintura. Advertido do trabalho inútil e demorado da trabalhosa pintura, impiedosamente destruída, responde o paneleiro ou a paneleira… “sem pintura não é panela”.

dez
8

Kuarup

Kuarup

Kuarup é a maior festa do Alto Xingu. Unindo vida e morte, o Kuarup é, ao mesmo tempo, uma reconstrução da lenda da criação do homem e um rito religioso destinado a afastar as almas errantes dos mortos e devolver a paz aos vivos.

A palavra kuarup vem de uma madeira que deve ser cortada na floresta. São três troncos, o tronco central representa o morto ilustre, os outros dois sua família que chora a morte. Apesar de fúnebre, é uma celebração alegre, com fartura de peixes, muitas danças e enfeites coloridos. Os preparativos começam em fevereiro e a festa acontece em agosto, na aldeia onde se deu a morte ilustre e convidadas as aldeias vizinhas. São dois de festa, no primeiro, a fogueira, os cantos, a flauta, e chora-se pelo morto. Na manhã seguinte cessa-se o choro, começa a luta huka-huka, é oferecido o peixe e biju e dá-se o moitará, troca de objetos característicos de cada etnia. No final da festa os troncos são jogados no rio, libertando tanto o morto quanto sua família.

Peças que compõem o conjunto de obras do Kuarup:

HEXUÃKAI
cocar de penas de rei-congo (amarela), mutum (preta) e rabo de arara (vermelha ou azul)

TUCANAPI
cinta de penas da frente, rei-congo (amarela), mutum (preta) e arara vermelha

WALAKAPÚ
penas de trás, gavião malhada e arara azul

ATAWAKO
colar de lascas de caramujo
peça 148 – origem Tukuiari Mehinako, 2010

KUARUP
representação dos três troncos de madeira kuarup (na festa original os troncos tem que ser maiores)
peça 150 – origem Yutá Mehinako, 2008

HEXUÃKAÎ
cocar em aruak
peça 136, cocar completo da direita – Origem Yatapi Mehinako, 2009

ACODJIDJÁ (da esquerda para a direita)
peça 44, 41, cocar com o suporte traçado – origem irmãos Villas Bôas, (entre 40 a 60) povo Kamayurá,
penas de trás do cocar 44 e 41, origem Kawakanamu Mehinako, 2009

out
21

Sobre um nome não dado, fronteiras devidas – Segundo Ato

TÓPICOS 14 – Adhaerere

ornatos e complementos

 

LUCIA PY –  CILDO OLIVEIRA – CARMEN GEBAILE – HERÁCLIO SILVA

 

O Espaço Amarelo e o NACLA continuam com a reflexão e discussão sobre as questões dos processos produtivos e reprodutivos – o mundo digital – na construção da obra de arte, o uso das novas ferramentas de acesso para o desenvolvimento  desta produção a qual caminha com seu tempo.

No evento será lançado o Veículo#6  dando continuidade às publicações do ProCOa, que ocorrem anualmente em outubro.

A distribuição é gratuita, venha garantir o seu exemplar, ou acesse a versão eletrônica para download.

 Confira o blog do ProCOa

 

 

 

 

 

 

 

 

ago
8

Mostra de Mira Schendel no Espaço Amarelo

P1020737P1020740fotos e curadoria:  Mayra Rebellato
 

O Espaço Amarelo faz uma extensão da exposição retrospectiva de Mira Schendel, ora em cartaz na Pinacoteca, apresentando oito obras pertencentes ao Acervo IAED, da famosa série Monotipias em papel arroz, da produção original de aproximadamente 2.000 obras.

 

Nelas, a artista trabalha suas impressões de uma vivência imediata, captando, traduzindo e fixando a passagem. São desenhos de flechas, setas, traços cortando o espaço vazio, sugerindo a fugacidade do gesto através de uma fluidez única. Em suas palavras:

 

“…é esta minha obra a tentativa de imortalizar o fugaz e dar sentido ao efêmero. Para fazê-lo, é obvio que devo fixar o próprio instante, no qual a vivência se derrama para o simbolo[...].”

 

A série exposta no Espaço Amarelo envolve grafismos e gestualidades da artista, além de sua exploração na área da tipografia. Explorando a transparência do material e a delicadeza do suporte, suas monotipias abrem portas à percepção. Convida o espectador a mergulhar em seu mundo de investigação: espaço, tempo e relações possíveis, com os territórios vigentes da linguagem, da comunicação e do questionamento dos absolutos de todo discurso.

 

Venha conferir!