Expedição Roncador – Xingu
Em um momento no qual o Brasil deixava de ser uma nação litorânea, com a transferência do local de sua capital do Rio de Janeiro para São Paulo, ocorria uma explosão demográfica e uma exigência de interiorização do país. O governo brasileiro então, liderou o movimento conhecido como Marcha para o Oeste. Nessa época, a Amazônia era um mundo esquecido, assim como a região do Brasil Central.
Para tal empreitada, foram criados dois organismos pelo governo: a Expedição Roncador-Xingu (ERX) e a Fundação Brasil Central (FBC). O primeiro tinha como atribuição específica entrar em contato com as regiões desconhecidas das cartas geográficas brasileiras, e o segundo, a de implantar núcleos populacionais nos pontos ideais marcados pela Expedição.
Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas conseguiram incorporar-se à Expedição oficial de penetração no centro do Brasil fazendo-se passar por caboclos goianos. Viveram mais de trinta anos nas matas que vão do Xingu ao Tapajós, convivendo com povos indígenas, os quais souberam amar e respeitar com muita coragem e dignidade. Lideraram os movimentos de pacificação das tribos, garantindo-lhes uma sobrevivência.
O Parque Nacional do Xingu nasceu depois de uma campanha de quase dez anos. Uma comissão ilustre foi liderada pelo vice-presidente da República Marechal Rondon, Heloísa Alberto Torres, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, José Maria da Gama Malcher e dois irmãos Villas Bôas.
O Estado do Mato Grosso se sentia ameaçado por uma futura transformação de seu território em reserva indígena. A Constituição já concedia aos índios a posse e usufruto das terras por eles ocupadas. O Parque foi então, instituído na gestão do presidente Jânio Quadros durante seus primeiros atos na presidência da República. Pesquisadores renomados nacionais e estrangeiros consideram a área xinguana do Parque como uma das mais belas da América.
Informações retiradas do livro: “A Marcha Para Oeste” – Orlando Villas Bôas e Cláudio Villas Bôas” – A epopeia da Expedição Roncador – Xingu”